MAIS UM POEMA DA SÉRIE "AMOR EMPOEIRADO" Dois corações Dois corações se alegram se ajustam no compasso Dois corações se alimentam E, aos poucos, te abraço É tão bom que quero mais Só os dois e nada faz Seu sangue é meu vinho Seus pêlos, o meu ninho Dois corações se arranham se destroem sem motivo se engolem, se reclamam E, aos poucos, eu me privo Dois corações tentam em vão se tornarem um que não cabe em si de amor e também de negação Dois corações sem respeito, só cobrança batem por insegurança E, se percebem que dois não podem ser um Nessa busca de baterem juntos em som ritmado tornam-se cada vez mais fundos vazio distante descompassado Os limites invisíveis o calor já dissipado as palavras indizíveis o sangue ferve rápido Dois corações de repente, param as promessas de amor sem dor, se calam E nesse solo desespero que só no fim é notado o coração sem desvelo só quer ser respeitado Some o mundo perde o pulso síncope dos corações separados... ... e depois do ar tomado redobr...