O mundo Ă© o mesmo. Na rua, o bebĂª tenta dar os primeiros passos, como se fossem o maior desafio. O adolescente continua a andar lentamente ouvindo seu I-Pod. O homem insiste em correr respirando o ar da avenida poluĂda. A moça desatenta permanece lavando a calçada com mangueira. A casa de açaĂ continua fechada, como sempre. As flores roxas parecem pintadas de lĂ¡pis de cor. A senhora continua a pintar o cabelo de vermelho uva para se sentir mais jovem. Eu continuo a dirigir meu carro de cabelo molhado. DisplicĂªncia, irreverĂªncia ou falta de vaidade? Ah, essa minha idade! Que insisto em enxergĂ¡-la mais nova... Que insistem em me cobrar padrões... E eu sempre vivi fora deles. Depois de arrancada aquela metade que costumava ser minha por 4 anos, me senti estranha. Revirei meus sonhos, meus medos, meus planos. Mergulhei pra dentro, enxerguei de fora, fiz e refiz vĂ¡rias crenças. Agora, depois de alguns meses... Me sinto mais inteira que antes. Cuido do meu corpo, do meu foco, do meu sono. Si...