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Trabalhar em telejornal diário:
vc tem 5 minutos pra escrever o melhor texto, ele vai ao ar em 2 minutos, 1 minuto depois que acaba o jornal todo mundo já esqueceu. A informação é deletada em segundos!

Vc edita matéria com jornal no ar, entrega a fita 1 segundo antes dela ser exibida e volta pra casa com dores nos ombros. Ufa!!

No outro dia, um novo dia: mais histórias curtas, intensas, voláteis, descartáveis.
Assim como no jornal impresso: tão esperado, cheio de notícias quentes, no dia seguinte vira embrulho de vidro quebrado.

Jornal é poesia concreta, discreta, direta.
Palavras práticas, cortadas, despedaçadas.

Denise Barra
(com ombros doendo do jornal de hoje)

Comments

Anonymous said…
:)
nem a dor tiraria
da D, a poesia
Anonymous said…
esta dor e este cansaso desaparecem quando vc sai nas ruas e percebe alguém comentando sobre o que vc escreveu
F.D. said…
Não apenas a dor, mas o estresse e a correria... A loucura...
Mesmo não querendo, ainda me lembro de meus dias na redação de um jornal...
Já fazem alguns anos isso, mas nunca me esqueço... E como poderia?
Eram terríveis as reuniões de pauta...
Varar madrugadas discutindo por besteiras...
E no final ainda ter meu espaço "censurado" pra caber uma foto colorida ao pé da página...
Mas fazer o que, isso tudo fazia parte...
E eu ainda tinha que ter disposição pra bolar o programa de rádio...
Isso sem contar no telejornal que também era produzido uma vez por semana...
Correria insana, cotidiano sem sentido...
Mas as vezes até que sinto falta disso...
Daquele vazio que eu sentia...
Estar ao redor de todos e no meio do nada...
Sei lá, nem sei explicar... Mas era uma loucura aquilo...
Uma loucura que me ajuda a esquecer dos problemas do dia a dia...
Aqueles pequenos problemas que nunca que vão sair no jornal...
As noites mal dormidas... As dúvidas, os questionamentos...
As mil e uma coisas que passavam pela minha cabeça...
Quando eu ainda tinha uma "vida"...
Digo, no sentido de viver...
Não apenas de respirar...
Mas viver intensamente...
Mesmo que uma loucura...
Uma insanidade sem nexo...
Apenas aquele dia a dia...
Correndo pelos corredores de um jornal...
Correndo contra o tempo pra entregar a matéria...
Discutindo com os colegas sobre qual matéria que cairia melhor em determinado espaço...
Discutindo por besteras, mas me sentindo vivo...
Me sentindo parte de algo, parte de uma unidade...
Me sentindo importante ao ver um trabalho terminado...
E poder sentir por dentro aquela coisa do desejo realizado...
Pois é... Sinto falta disso... Até mesmo falta da dor...
Da dor nos ombros, do estresse, e dos litros de café que eu bebia regularmente...
Mas eram essas coisas que me faziam sentir vivo...
Mesmo que apenas naquelas horas de correria...
Meu dia a dia... toda a loucura que era...
E talvez ainda seja...
Mas pra outro alguém...
DENISE BARRA said…
F.D, fiquei preocupada com vc. "Quando eu ainda tinha uma "vida"...
Digo, no sentido de viver...
Não apenas de respirar...
Mas viver intensamente..."
Por que isso? Espero que vc fique bem. A vida vem em ondas. Espere que a maré melhora já já.

Elessandro,
isso é verdade. Mas no dia seguinte dói de novo. rsrsrs

J, você é poeta, né? Obrigada sempre.

bjs em todos!
D
F.D. said…
F.D, fiquei preocupada com vc. "Quando eu ainda tinha uma "vida"...
Digo, no sentido de viver...
Não apenas de respirar...
Mas viver intensamente..."
Por que isso? Espero que vc fique bem. A vida vem em ondas. Espere que a maré melhora já já.


Oi Denise...

Eu também espero que qualquer hora a maré mude de rumo, e que talvez minha vida mude um pouco... Mas as vezes acho que todos nós ficamos (mesmo que por uns tempos) meio que perdidos no meio desse oceano... Entende?! As vezes todos nós perdemos o rumo. Ficamos soltos nesse oceano sem fim... E encontrar um novo caminho, as vezes não é uma coisa assim tão fácil.

Mas o jeito é não perder as vistas do horizonte, por mais que ele pareça distânte e impossível de se alcançar... A gente tem que aceitar isso, aceitar que as vezes coisas ruins acontecem, mas que nem por isso devemos lutar contra a maré.

Muitas vezes lutar contra o movimento as ondas só acaba piorando as coisas... As vezes tentando lutar contra a correnteza a gente pode acabar morrendo afogado... E foi mais ou menos isso o que me aconteceu... A gente nunca deve se apegar muito as coisas materiais. Um dia a gente pode ter uma certa estabilidade, tanto material como emocional, mas nada garante que as coisas não mudem de um dia para o outro...

Bom, mas quem sabe uma hora dessas as coisas não mudem?! A vida é realmente cheia de altos e baixos... Quem sabe uma boa onda não possa me tirar aqui desse lugar onde hoje estou... Mantenho sim as esperanças, apesar que em certos momentos é difícil de não se desanimar um pouco...

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Biographie

Denise Barra est née en 1976 au Brésil. En 1995 et jusqu’en 1998, elle passe une licence universitaire en publicité dans l'Université Fédérale du Minas Gerais, reconnue comme l'une des meilleures du pays. Denise en ressort diplômée avec les honneurs. De novembre 1997 à janvier 2004, elle est productrice, présentatrice de télévision et éditrice d’une émission hebdomadaire sur la musique dans la chaîne de télévision de l’Etat du Minas Gerais (Brésil). En 1998 et pendant 4 ans, elle passe une licence universitaire en design graphique et en 1999 jusqu’en 2001 dans le domaine du journalisme. De septembre 2001 à juillet 2004, Denise Barra travaille en tant que reporter TV pour la culture et le divertissement dans la plus importante chaîne de télévision du Brésil, Multishow (Globosat, TV Globo), à Rio de Janeiro. En février 2004 et pendant deux ans, Denise Barra est présentatrice télé et journaliste pour les nouvelles du sport à Sao Paulo, dans une émission très traditionnelle, à