Todos os anos eu esperava meses para vê-lo. Tanta espera tornava nosso encontro ainda mais especial. Quando o via de novo parecia sempre que era nosso primeiro encontro. O coração batendo forte, um sorriso disfarçado, olhos com brilho certo de que aquele momento era apenas o início de muitas experiências maravilhosas que eu passaria com ele. Ele me abraçava, me embalava com delicadeza, me carregava no colo. Aos poucos, eu ia perdendo o medo e entregava meu corpo a ele, agradecendo a Deus por ele existir. Ele sempre era tão bonito, tão calmo, tão misterioso... Depois de um tempo comigo, ele revelou um lado desconhecido pra mim. Me maltratou, chegou a me bater, até que um dia ameaçou me matar. Naquele dia de fúria fiquei muito assustada, apavorada, para ser sincera. Consegui fugir e me afastar dele. Passados alguns dias, voltei a vê-lo, mas comecei a respeitá-lo mais do que antes, sem mágoas ou medo. Na verdade, um pouco de medo sim. Hoje que estou mais experiente, eu o vejo com muito mais frequência do que antigamente. E cada vez que o encontro é sempre emocionante, é como se aquele amor por ele nunca tivesse saído de mim: o amor pelo mar.
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