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Vôo Palmas/Teresina ::: 14.10.08






14.10.08

Tento entender por que toda vez que vôo (ai, essa palavra vai perder o acento pelos ares de Portugal) me dá vontade de escrever.
Um pássaro me disse que é porque ficamos longe das influências mundanas lá de baixo.
Mas prefiro acreditar que é porque os raios do sol me tocam mais de perto. Vejo as nuvens como se elas não fossem uma realidade tão distante. Mergulho os olhos, e com eles o pensamento, no infinito do azul do céu com a certeza de que se o paraíso existe é mesmo bem parecido com essa paz que sinto aqui. Uma paz que me parece o oposto daquela confusão que vivi há poucos minutos lá embaixo, na gravação do Beleza na Favela. Gritos ensurdecedores, uma vibração tão grande que não deixa meu pensamento fluir. O sol lá no chão parece insuportável e a ansiedade da população contagia e energiza, mas quase atrapalha. Quando saio de lá parece que me sugaram todas as energias.

Vivo constantemente nessa inconstante linha entre o caos e a serenidade. Dias de paz alternados com sobressaltos. Minutos de reencontro com meu eu e outros em que os outros me tiram de mim. Uma vida tão intensa quanto tensa, um mundo que pulsa em ritmo acelerado e não sabe o que é ficar parado. No vôo sou obrigada a simplesmente... ficar parada. Talvez por isso sinta essa necessidade imensa de escrever, para fazer girar o mundo que há em mim. Quando chego lá embaixo a vida não me deixa parar nem para comer.

Quem me trouxe aqui? Por que tenho que viver assim? Pausa para o sorriso da comissária. Peço uma Sol para relaxar, já que não posso beber o sol para me curar. Desde que parei por 20 dias depois de anos nesse pique ensurdecedor... minha vida se transformou. Comecei a buscar sentido pra ela. Saber por que sou como sou, por que vivo cercada por algumas pessoas, como tenho feito minhas escolhas... Me ocupo tanto assim pra quê? Pra fugir de mim? Pra não ter que entender o motivo pelo qual estou aqui? Não deve ser fácil descobrir tantas coisas assim, mas agora eu não quero mais desistir de tentar encontrar o que há de mais belo em mim... no céu... e nessa vontade interminável de voar...

Comments

Que bom que no ar vc sente essa paz que nos contou. Adoraria isso mas eu te confesso que tenho um medinho de voar. Não relaxo .Não relaxando não consigo pensar e ao contrário de vc, ao invés de pensar e escrever eu leio pra disfarçar o medo IDIOTA de estar no céu. Medo da morte? Sim, sempre penso nela nessa situação, pior agora sendo mãe. Bessssta...rs.
Mande sinal de fumaça se voltou,
bjs
Anonymous said…
Beautiful!
;)
MV
Lisa Marini said…
Lindo! Esse misto de paz e turbulência do vôo é a mais certa analogia da vida... em constante mudança, conforme a música, o tempo ou o humor!!!!
bjos mil...
Adoro ler vc... além de te ver na TV... melhor ainda qdo vc pára em BSB!

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Biographie

Denise Barra est née en 1976 au Brésil. En 1995 et jusqu’en 1998, elle passe une licence universitaire en publicité dans l'Université Fédérale du Minas Gerais, reconnue comme l'une des meilleures du pays. Denise en ressort diplômée avec les honneurs. De novembre 1997 à janvier 2004, elle est productrice, présentatrice de télévision et éditrice d’une émission hebdomadaire sur la musique dans la chaîne de télévision de l’Etat du Minas Gerais (Brésil). En 1998 et pendant 4 ans, elle passe une licence universitaire en design graphique et en 1999 jusqu’en 2001 dans le domaine du journalisme. De septembre 2001 à juillet 2004, Denise Barra travaille en tant que reporter TV pour la culture et le divertissement dans la plus importante chaîne de télévision du Brésil, Multishow (Globosat, TV Globo), à Rio de Janeiro. En février 2004 et pendant deux ans, Denise Barra est présentatrice télé et journaliste pour les nouvelles du sport à Sao Paulo, dans une émission très traditionnelle, à