Lindinho mas muito curto o documentário de Thomaz Farkas "Pixinguinha e a Velha Guarda do Samba” que volta em cartaz, desta vez na Cinemateca Brasileira. Saí da sessão com gostinho de quero mais.
São filmagens de um show de Pixinguinha no Parque do Ibirapuera feitas por Farkas em 1954, nos festejos do IV Centenário de São Paulo. Essas imagens foram encontradas quase 50 anos depois, quando o diretor remexia alguns filmes velhos. Ele decidiu então revelar o negativo e se deparou com imagens suas nunca antes vistas.
Lembrei-me da emoção que senti quando minha mãe achou um negativo de Super 8 guardado há décadas. Ela mandou converter para DVD e quando nos reunimos para ver o que era... foi uma comoção geral: imagens da família brincando quando eu tinha 3 anos, minha irmã 5 e meu irmão 7. Em uma das cenas eu estou de vestido azul, com o cabelo preso em maria-chiquinhas e brincando de bambolê. O meu irmão bota o pé no bambolê para me fazer errar umas 3 vezes e eu pego de novo e continuo a brincar, sem perceber que era ele que me atrapalhava. Em outra cena, todos cantam parabéns para mim e quando eu vou assoprar as velas meus primos assopram antes de mim. Os adultos acendem a vela umas 3 vezes porque eu estava chorando por não conseguir assoprar a vela antes dos meus primos. Muito engraçado!
O mais bacana destas imagens é que fomos vê-las depois de adultos pela primeira vez, daí a força que as imagens ganharam.
Agora imagine o filme de Pixinguinha... A filmadora de Farkas não gravava som, já que o filme é de 1954. Foi preciso fazer um arranjo para que aqueles instrumentos e batucadas fizessem sentido. E foi então que aquelas imagens históricas ganharam vida.
Muito bom também o documentário sobre Hermeto Paschoal feito por Thomaz Farkas.
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